Recomeçar
Sempre é tempo de recomeçar.
Em qualquer situação podemos
abrir novas portas,
conhecer novos lugares,
novas pessoas, ter outros sonhos.
Renovar o nosso compromisso com a vida
e assim, renascer para a vida
e alcançar a felicidade.
Não importa quem te feriu,
o importante é que você ficou.
Não interessa o que te faltou,
tudo pode ser conquistado.
Não se ligue em quem te traiu, você foi fiel.
Não se lamente por quem se foi,
cada um tem seu tempo.
Não reclame da dor,
ela é a conselheira
que nos chama de volta ao caminho.
Não se espante com as pessoas,
cada um carrega dentro de si, dores e marcas
que alteram o seu comportamento,
ora estamos
felizes
e transbordamos de alegria e paz,
ora estamos melancólicos
e só queremos ficar sozinhos...
O mundo está cheio de novas oportunidades,
basta olhar para a terra depois da chuva.
Veja quantas plantinhas estão surgindo,
como o verde se espalha mais bonito e forte
depois da tempestade.
As portas se abrem para os que não tem medo
de enfrentar as adversidades da vida,
para os que caíram,
mas se levantam com o brilho de vitória nos olhos.
Todo o caminho tem duas mãos,
uma que seguimos
ainda com passos inseguros, com medo,
porque não sabemos ainda
o que vamos
encontrar lá na frente,
já sabemos o
que tem no caminho.
Quando um dia,
resolvemos enfrentar os nossos medos
e fazer essa viagem novamente,
somos mais fortes,
nossos passos são mais firmes,
já sabemos onde e como chegar ao destino,
o destino é a vitória, o seu destino é ser feliz,
eu creio nisso, e você?
Você está pronto para recomeçar?
pé na estrada,
coloque um
sonho na alma,
fé no coração
e esperança na mochila!
A vida se enche de novidades
para os que se aventuram na viagem
que conduz a verdadeira liberdade.
[De Gotas de Crystal]
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Chuva que acalma
Chove.
A paz se instala em mim.
É gostoso ver as gotas de chuva
caindo lá fora.
E aqui é como se cada pingo
fossem palavras que acalmam meu peito.
Dá vontade de sair dançando na
chuva.
Não basta olhar, tem que sentir.
Preciso sentir cada pingo em
mim.
Levantar os olhos para o céu.
Fechá-los e sentir as gotas de
chuva escorrendo pela minha face.
Sentir os cabelos molhados e
ainda assim não sentir frio.
Apenas um calor em meu coração.
Apenas paz.
Clécia Melo
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Palavras rabiscadas
O universo das palavras é um mundo
abstrato em que espaços e tempos não são trancados, é onde damos vazão aos
olhos do imaginário, um campo vasto que nos
concede falar de amor, dor, ódio,
de sucessos, desventuras, entre
outros..
A leitura e a escrita nos leva a
conhecer esse universo fantástico que nos seduz, nos envolve por completo, mas
que também nos impõe uma condição: que seja a sós, mesmo rodeado de pessoas, submerso no fluir
da fantasia, deixando aflorar a sensibilidade para expressão dos sentimentos,
pensamentos e desejos. Você já viu um pássaro pousar em um lugar agitado? Não
adianta forçar a inspiração, as palavras são como os pássaros, voam livremente
esperando encontrar um lugar de calmaria para repousar, vêm e vão quando menos
se espera, sem nenhum controle nosso, são livres.
Ler é fascinante, é se permitir novas
descobertas, é não se prender ao real, é interpretar metáforas, ler as
entrelinhas, é poder sonhar, viajar por entre as estrelas da literatura, deixar
ser levado pelo sopro do conhecimento e da vida. Enquanto escrever é registrar,
é transformar pensamentos em palavras claras, atraentes, interessantes. É um
caminho, muitas vezes, árduo, trabalhoso, significa reescrever, reorganizar,
rever, lapidar, acrescentar palavras adequadas, tirar um amontoado de outras
que ficaram desconexas no texto. Contudo, não deixa de ser prazeroso – cada
linha é um progresso, um processo de concepção, e no término uma obra de
criação.
As palavras vivificam ou mortificam,
são capazes de nos projetar além do concreto, marcam e devem ser gravadas no coração das pessoas,
tornando assim, o mundo mais belo, cheio de vida, mais humano e feliz.
Marli Savelli
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CHUVA CAI CHUVA
A flor vai crescer,
O arco-íris aparecer,
E a tristeza vou esquecer.
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Marli Savelli
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Ser UM Ser
Ser Humano ou ser um Humano, lendo assim de repente nem se
nota a diferença pois apenas se adicionou um "UM", aparentemente
insignificante mas em determinados contextos, marca toda a diferença. Vejamos o
porquê desta analogia; Quando dizemos " Eu sou ser humano"
denominamos a nossa espécie, quando dizemos " Eu sou um ser Humano"
colocamos toda uma carga emocional na nossa expressão, e é aí que quero
chegar!!Creio que não basta sermos humanos para que as relações entre os
semelhantes sejam saudáveis, um simples UM vai ser determinante para que
passemos de Ser Humano a Ser um Humano...
Ser Humano mata, um ser Humano não mata.
Ser Humano ofende, um ser Humano não ofende.
Ser Humano mente, um ser Humano não mente.
Ser Humano descrimina, um ser Humano não descrimina.
Ser Humano manipula, um ser Humano não manipula.
Ser Humano rouba, um ser Humano não rouba.
Ser Humano castiga, um ser Humano não castiga.
Ser Humano condena, um ser Humano não condena.
Ser Humano não perdoa, um ser Humano perdoa.
Ser Humano agride, um ser Humano não agride.
Ser Humano comete violação, um ser Humano não comete
violação.
Ser Humano suborna, um ser Humano não suborna.
Ser Humano ameaça, um ser Humano não ameaça.
Ser Humano impõe, um ser Humano não impõe.
Ser Humano pode amar, um ser Humano ama.
Não tornemos o texto enfadonho, pois algo tão singelo como
um "UM" não precisa de mais exemplos quanto os acima referidos! Será
assim tão complexo, perceber que a maioria dos actos a que me refiro, quem os
comete em nada os aceita para si mesmo!Será assim tão difícil reflectir e
perceber que todos nós Humanos podemos ser "UM ser Humano" ! Creio
que não...
Assim como na matemática a tabuada da vida começa por UM.
Pedro Lopes
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(Para o
Álvaro de Sá)
Escreveu os versos na folha
mas não gostou.
Amachucou
e pôs de lado.
Tentou outra versão
que também não agradou.
Amachucou
e pôs de lado.
Insistiu, sem conseguir
o efeito desejado.
Amachucou
e pôs de lado.
Repisou de novo
sem resultado.
Amachucou
e pôs de lado.
O poema teimava
em não o ser. Desanimado,
amachucou
e pôs de lado.
Ficou sem folhas para escrever.
Mas o poema estava pronto.
Terminado.
Mesmo ali ao lado.
Fernando
Aguiar
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No tempo da minha infância
(Ismael Gaião)
No tempo da minha infância
Nossa vida era normal
Nunca me foi proibido
Comer muito açúcar ou sal
Hoje tudo é diferente
Sempre alguém ensina a gente
Que comer tudo faz mal
Bebi leite ao natural
Da minha vaca Quitéria
E nunca fiquei de cama
Com uma doença séria
As crianças de hoje em dia
Não bebem como eu bebia
Pra não pegar bactéria
A barriga da miséria
Tirei com tranquilidade
Do pão com manteiga e queijo
Hoje só resta a saudade
A vida ficou sem graça
Não se pode comer massa
Por causa da obesidade
Eu comi ovo à vontade
Sem ter contra indicação
Pois o tal colesterol
Pra mim nunca foi vilão
Hoje a vida é uma loucura
Dizem que qualquer gordura
Nos mata do coração
Com a modernização
Quase tudo é proibido
Pois sempre tem uma Lei
Que nos deixa reprimido
Fazendo tudo que eu fiz
Hoje me sinto feliz
Só por ter sobrevivido
Eu nunca fui impedido
De poder me divertir
E nas casas dos amigos
Eu entrava sem pedir
Não se temia a galera
E naquele tempo era
Proibido proibir
Vi o meu pai dirigir
Numa total confiança
Sem apoio, sem air-bag
Sem cinto de segurança
E eu no banco de trás
Solto, igualzinho aos demais
Fazia a maior festança
No meu tempo de criança
Por ter sido reprovado
Ninguém ia ao psicólogo
Nem se ficava frustrado
Quando isso acontecia
A gente só repetia
Até que fosse aprovado
Não tinha superdotado
Nem a tal dislexia
E a hiperatividade
É coisa que não se via
Falta de concentração
Se curava com carão
E disso ninguém morria
Nesse tempo se bebia
Água vinda da torneira
De uma fonte natural
Ou até de uma mangueira
E essa água engarrafada
Que diz-se esterilizada
Nunca entrou na nossa feira
Para a gente era besteira
Ter perna ou braço engessado
Ter alguns dentes partidos
Ou um joelho arranhado
Papai guardava veneno
Em um armário pequeno
Sem chave e sem cadeado
Nunca fui envenenado
Com as tintas dos brinquedos
Remédios e detergentes
Se guardavam, sem segredos
E descalço, na areia
Eu joguei bola de meia
Rasgando as pontas dos dedos
Aboli todos os medos
Apostando umas carreiras
Em carros de rolimã
Sem usar cotoveleiras
Pra correr de bicicleta
Nunca usei, feito um atleta,
Capacete e joelheiras
Entre outras brincadeiras
Brinquei de Carrinho de Mão
Estátua, Jogo da Velha
Bola de Gude e Pião
De mocinhos e Cowboys
E até de super-heróis
Que vi na televisão
Eu cantei Cai, Cai Balão,
Palma é palma, Pé é pé
Gata Pintada, Esta Rua
Pai Francisco e De Marré
Também cantei Tororó
Brinquei de Escravos de Jó
E o Sapo não lava o pé
Com anzol e jereré
Muitas vezes fui pescar
E só saía do rio
Pra ir pra casa jantar
Peixe nenhum eu pagava
Mas os banhos que eu tomava
Dão prazer em recordar
Tomava banho de mar
Na estação do verão
Quando papai nos levava
Em cima de um caminhão
Não voltava bronzeado
Mas com o corpo queimado
Parecendo um camarão
Sem ter tanta evolução
O Playstation não havia
E nenhum jogo de vídeo
Naquele tempo existia
Não tinha vídeo cassete
Muito menos internet
Como se tem hoje em dia
O meu cachorro comia
O resto do nosso almoço
Não existia ração
Nem brinquedo feito osso
E para as pulgas matar
Nunca vi ninguém botar
Um colar no seu pescoço
E ele achava um colosso
Tomar banho de mangueira
Ou numa água bem fria
Debaixo duma torneira
E a gente fazia farra
Usando sabão em barra
Pra tirar sua sujeira
Fui feliz a vida inteira
Sem usar um celular
De manhã ia pra aula
Mas voltava pra almoçar
Mamãe não se preocupava
Pois sabia que eu chegava
Sem precisar avisar
Comecei a trabalhar
Com oito anos de idade
Pois o meu pai me mostrava
Que pra ter dignidade
O trabalho era importante
Pra não me ver adiante
Ir pra marginalidade
Mas hoje a sociedade
Essa visão não alcança
E proíbe qualquer pai
Dar trabalho a uma criança
Prefere ver nossos filhos
Vivendo fora dos trilhos
Num mundo sem esperança
A vida era bem mais mansa,
Com um pouco de insensatez.
Eu me lembro com detalhes
De tudo que a gente fez,
Por isso tenho saudade
E hoje sinto vontade
De ser criança outra vez...
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Foto: O intruso, de
José Manuel Carvalho.
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Dá ou não dá uma saudade danada da nossa infância? Meu Deus....e se dá!
ResponderExcluirDá mesmo, Nalva... e muita!
ResponderExcluirObrigada pelo envio deste poema e, também, pelo comentário.
Beijos!
Maria José,
ResponderExcluirolá, somente hj passei por aqui, e bem rapidamente, já é tarde, e amanhã, a correria continua.
na pressa, naveguei parte de seus textos, mas, com mais calma, voltarei prá ler e reler...
adorei a forma como concebeu este espaço virtual, esse verde maravilhoso que faz fundo para doces palavras e seus muitos autores, todas muito incentivadoras!
realmente, adorei!
parabéns pela ideia!
abraços!
Obrigada, Regina. Volte sempre!
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